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Livros de Yoga para a Vida

Saiba quais são os livros de yoga publicados em Portugal. Consulte o Índice da página e escolha o tópico que pretende ler.

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O Yoga em Portugal, da Editora Colibri

Um dos livros de yoga mais recentes é o Yoga em Portugal foi escrito pelo professor Paulo Hayes. O Autor frequenta o 5º ano do doutoramento em História (variante de história e cultura das religiões) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É mestre em Ciência das Religiões e licenciado em Direito. Além disso, é diretor do IPYM Instituto Português de Yoga e Mindbody e professor internacional na Yoga Alliance. Iniciou a sua prática no ano de 1989. Contudo, o Autor colabora com Universidades portuguesas e outras instituições em cursos de Yoga e Meditação. Desenvolve conteúdos para a Comunidade on-line www.yogaemportugal.org e organiza regularmente workshops, retiros e viagens de grupo ao Oriente.

Livro O Yoga em Portugal
 

Livro O Yoga em Portugal e a multiculturalidade

A finalidade do Yoga depende da vivência cultural e da crença dos adeptos: religiosa ou espiritual, filosófica e ética, terapêutica, enfim, o fitness e os alongamentos corporais. O livro o Yoga em Portugal refere que o Yoga é um fenómeno multicultural.

Assim, com o nosso humilde contributo, pretendemos abrir novas janelas de entendimento sobre a razão pela qual as práticas de Yoga e Meditação são cada vez mais procuradas pelos portugueses […] foram os portugueses o primeiro povo do mundo ocidental a descrever detalhadamente os hábitos de vida dos Jogues indianos.

Capítulo 3 do livro O Yoga em Portugal – Publicações

As publicações existentes sobre tradiçõese yoguicas são reveladoras do interesse lusitano, tanto no passado como no presente, por um Oriente longínquo e contemplativo, e, em particular, pelas cosmovisões e culturas exóticas da Índia.

A produção de livros, revistas e artigos publicados no território nacional tornou-se profícua nos últimos anos, mas nem sempre foi assim. Podemos distinguir três momentos importantes: o período compreendido entre o século XVI e ao Estado Novo, a época da ditadura, e o momento iniciado com a queda do regime fascista e que se prolonga até aos dias de hoje. A maior parte dos livros e revistas são recentes, com data de publicação posterior ao ano de 1974, uma vez que a sua edição era quase inexistente e proibida durante o período de vigência do regime fascista.

A nossa pesquisa incidiu nas palavras-chave ioga, yoga, iogue e jogue, nos ANTT, incluindo os arquivos da PIDE e de Salazar, nos catálogos e obras da BNP, bem como em bibliotecas locais e em publicações online.

No glossário luso-asiático do sanscritista português Sebastião Dalgado, este indica diferentes palavras que se subsumem naquilo que hoje em dia designamos por iogui ou yogui. A entrada ‘Jogue’ no glossário contém quatro páginas de referências em inglês, francês, latim, italiano e português. Marco Polo chamou-lhes, em 1298, chughi, mas encontramos também as palavras jogueiro, jones, jogues, coamergues, iogues, joguy, gioghi em italiano e djoghis. Em qualquer dos casos trata-se de ascetas hindus, mas o termo pode por vezes ser aplicado a maometanos faquires. Constata-se que existiam jogues casados e jogues celibatários, por vezes organizados em grupos. Dalgado refere que a palavra tem origem no neoárico jogi ou zogui e no sânscrito yogi, ou homem que pratica o yoga. São indivíduos respeitados e temidos pelos locais, equiparados aos eremitas, mendicantes que rejeitam qualquer riqueza ou posse. Apresentam o corpo coberto de cinzas e alguns podem mesmo andar nus (Dalgado, 1919).

A meditação é uma das disciplinas do yoga indiano. Embora tenhamos encontrado diversas obras através de uma investigação da literatura portuguesa conexa a esta palavra, na maioria dos textos não nos pareceu que o âmbito fosse próximo do tema aqui em apreço, objeto do nosso estudo. Na maior parte das vezes, a palavra meditação surge utilizada no sentido de reflexão, introspeção ou pensamento, sem possuir características de espiritualidade ou de religiosidade indiana. Excecionalmente, optamos por incluir um poema de 1818, abaixo transcrito, uma vez que o contexto da obra relaciona meditação e deus, e coloca questões existenciais essenciais, numa abordagem condizente com o sentido de união característico do yoga indiano.

Seguem-se uma análise mais pormenorizada e alguns comentários às primeiras referências ao yoga. Não iremos, contudo, examinar todas as publicações, mais de uma centena, pois não é esse o nosso objetivo. Pretendemos, isso sim, através da investigação da literatura disponível, encontrar o fio condutor da história que manifeste a existência, ou inexistência, de indícios de linearidade e continuidade, assim como da aculturação do yoga à sociedade portuguesa moderna.

Os anos de 1500 a 1975

 

Na petição 86/IX/2 dirigida ao parlamento português a 19 de maio de 2004, a professora de yoga Renata Sena peticionou que o dia 18 de Fevereiro fosse consagrado o dia mundial do yoga. No segundo parágrafo da petição declara que “a palavra aparece, pela primeira vez, através da língua portuguesa nas narrações do ano de 1510 do vice-rei das Índias, Afonso de Albuquerque”. Refere também o ano de 1551 em que Fernão Lopes da Castanheda se refere aos yôgis. O cronista português diz-nos que “Iogues sam homẽs que tem hũa certa religião antre os gentios, & andão polo mundo fazẽdo romarias a pagodes & casas doração da sua seyta.” (Castanheda, 1833, p.121).

 

Duarte Barbosa foi um oficial e navegador português, cunhado de Fernão de Magalhães, que desempenhou a profissão de escrivão de Cananor entre os anos de 1500 e 1516. No seu livro, escrito provavelmente em 1516, descreve com algum pormenor os jogues ou yogues do reino de Deli.

“…e tomando hábitos pobres determinam de andarem por todo o mundo, e não assentarem em nenhum lugar, e, assim, o fazem até que na peregrinação morrem. Estes não têm nada de seu…andam nus e descalços… somente cobrem suas vergonhas com uns tangueiros de latão mourisco…trazem mui grossas cadeias de ferro pelo pescoço e cinta. Os corpos e rostos trazem untados de cinza, trazem mais um cornete pequeno ou buzina…estes chamam jones[1] ou coamerques, quer dizer tanto como servidor de Deus. São estes gentios homens baços, mui bem dispostos e apessoados, e gentis homens dos rostos; nunca penteiam os cabelos, trazem-nos feitos em tranças… Os gentios da terra lhe fazem muita honra e acatamento…Estes homens comem toda a vianda, não guardam outra nenhuma idolatria, tocam-se com todo o género de gente, nem se lavam por ordem como os outros gentios, senão quando lhes vem a vontade.” (Barbosa, 1944, pp.115-117).

 

Com a chegada dos portugueses à Índia, estabeleceram-se trocas comerciais e culturais. Jesuítas e franciscanos fixaram-se na cidade de Goa e em localidades próximas. O objetivo dos primeiros missionários foi formar comunidades, construir igrejas e evangelizar os gentios. A interação entre portugueses e indianos nem sempre foi pacífica. Há relatos de confrontos e tentativas contínuas por parte dos cristãos de doutrinarem os habitantes locais, que julgavam primitivos e selvagens, de religião demoníaca e costumes inferiores.

Os doze volumes da documentação para a história das missões do padroado português do Oriente relatam as missões cristãs no sul da Índia, a partir do ano 1499. Existem diversas referências às palavras jogue, jogui e yogî. São descritos os modos de viver, de vestir, de comer, assim como os hábitos e práticas religiosas dos yoguis. No volume quatro, afirma-se que os jogues são vistos como santos e honrados pelas gentes locais. Alguns deles vivem debaixo do chão, com o corpo coberto de cinza e prestando reverência à trindade[2]. Costumavam soprar por um corno para pedir comida, nas vilas e aldeias indianas, e nunca guardavam as sobras para o dia seguinte. Numa das cartas, solicitou-se que os jogues fossem proibidos de entrar na ilha de Goa porque “trazem bulas e relíquias dos seos pagodes e diabos, com que tornam a restaurar toda a jemtilidade destes homens”[3]. Os padres portugueses aprenderam a ler o “malavar” e tinham muito boa reputação na Índia[4]. No entanto, começaram a ser habituais as disputas com os jogues, dos quais alguns eram considerados eremitas abstinentes que andavam em romarias. Dizia-se que amavam a pobreza e a castidade, que tingiam “os vestidos que lhe dão com lama para andarem mais pobres” e eram “grandes filósofos, os quais estão quasi convertidos”[5].

Os jogues tinham “hum colegio fora da cidade, em que se de noute recolhiam”. Pregavam pelas ruas e o “maioral deles” foi convertido à fé cristã e “chama-se agora Paulo”. Acresce que fez “tam grande abalo a conversam deste joge gentio pola muita autoridade em que era tido em toda a mourama”[6]. Alguns jogues foram convertidos, e com isso foi-lhes imposto um nome novo em português, como, por exemplos, Manuel Coutinho e Paulo. Julgamos que a carta de um jogue convertido, chamado Paulo da Santa Fé de Ormuz, ao padre Inácio de Loiola, com a data de 13 de fevereiro 1553, pode não ter sido escrita pelo remetente, uma vez que “la carta o palabras no handen tan bien escritas como devieran… porque aún no sé bien escrivir y ni hablar la lengua portuguesa”[7]. Na ponta do cabo de Comorim existia um pagode que era visitado por muitos yoguis e “hum que trazia huma barba tão grande entrançada que lhe era necessário traze-la aos hombros”[8].

Existiam dois jogues que sabiam “desouto línguas” e que aprenderam o “chathesismos”, visto que, “dispois de bem instruídos na fe, se fizeram christãos”. Acrescenta-se que, em frente à ilha de “Divar” existia um “grande lavatoryo” onde decorria uma festa anual, e um pagode ao qual os locais chamavam “Capatunato”. Essa festa era frequentada por “mais de trinta mil gentios” e muitos “joges e irmitãos seus, de diversas seitas e costumes (…) que lavão os homens com suas invocações e cerymonias nestas agoas”. Os padres portugueses, com a ajuda do governador, tentaram impedir o acesso ao local onde se realizava a festa religiosa, mas foram apedrejados e tiveram que fugir[9].

O “Malavar consta de 25 reynos” e, ainda assim, muitos jogues não tinham lugar certo para viver e “andão de pagode em pagode”, trazendo outros jogues seus discípulos consigo. Entre os “jogues principais ay homens muy entendidos e não adorão pagodes e não se untam com sinsa (…) mas destes ay muito poucos”. Entretanto, à medida que o número de conversões forçadas aumentava, as revoltas locais acumulavam-se. Aconteceu “hum motym, com que os gentios da terra, cegos em seus apetites como leions ferozes, entrarão na caza da feitoria, aonde os nossos religiosos estavão, e matarão três…”[10].Entre conversões realizadas e agressões a yoguis e brâmanes, os relatos dos portugueses caracterizam bem a religiosidade da época. Num relato de conversão diz-se que “os musteiros dos jogues, que são religiosos da gentilidade, conseguirão a mesma forma, e no principal pagode, a quem chamão do Canarym, bauptisousse hum jogue principal de 150 annos de idade, que depois viveo mais 45″[11]. No entanto, algumas conversões falharam. Para evitar estas situações, o decreto n.º 37 do primeiro concílio provincial de Goa, realizado em 1567, recomendou que os judeus e os jogues só fossem batizados três meses depois de efetuarem o pedido e após terem sido instruídos nos princípios da fé cristã.

Os dezoito volumes Documenta Indica, da Sociedade de Jesus reproduzem, nas suas 17.706 páginas, cartas dos missionários jesuítas que viveram no sul da Índia a partir do ano 1500. Existem várias referências aos jogues, e muitas dessas cartas estão contidas na extensa obra de Rego, a Documentação para a História das Missões do Padroado Português do Oriente, que já referimos. Embora ambas as obras sejam relevantes, a nossa investigação não se limita aos eventos relacionados com yoguis no contexto da história religiosa do século XVI. Os “joges, antre os gentios são de duas maneiras: uns deles são somente pobres que vivem por pedir e contar algumas histórias e falcidades de sua ley, outros são como anacoristas ou Padres do ermo, vivem em covas com muita abstinencia e fogem de toda a conversação da gente”. Um deles vivia numa ilha que se chamava “Angediva”, a poucas léguas da cidade de Goa, e “fazia a sua vida em huma cova avia oito ou nove anos” (Wicki, 1956, p.801).

O padre Gonçalo Fernandes Trancoso escreveu um tratado sobre o hinduísmo em Madurai, Índia, no ano de 1616. Uma das técnicas do yoga – o prāṇāyāma –, é descrita na passagem “…teram a boca e naris tapados com a mam sem resfolegar hum pedaço, a que eles chamão praniiaman” (Wicki, 1973, p.197).

O poema filosófico de quatro cantos publicado em 1818 por José Agostinho de Macedo menciona por nove vezes a palavra meditação. O poeta entremeia tópicos meditativos e reflexivos com temas como a união com deus, a pátria, elementos da natureza, a lua e o sol. O quarto canto foi composto durante a revolução francesa e concluído a 7 de outubro de 1817.

Em 1922 é publicado o livro de Annie Besant, Introdução ao Yoga: quatro conferências realizadas por ocasião do trigésimo segundo aniversário da Sociedade Teosófica celebrado em Benares, nos dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro de 1907. A tradução foi de Fernando de Castro e a publicação foi efetuada simultaneamente em Lisboa e no Porto, pela editora A. M. Teixeira.

O livro de Yoghi Ramaciaraca, Ata Yoga ou arte de vive com saúde, foi traduzido por Lopes de Sousa e publicado em Lisboa, em 1924 pela Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira & Cª. Esta obra não contém quaisquer ilustrações. As posturas de yoga são chamadas de exercícios, existindo onze exercícios yoguicos que ocupam apenas catorze das trezentas e cinquenta páginas do livro. As técnicas não são referidas pelos respetivos nomes em sânscrito. São tecidas considerações sobre o corpo físico, os alimentos e a energia vital, a respiração, o sono e estados mentais, assim como alguns exercícios físicos yoghi. O autor explica que “Hatha Yoga é o ramo da filosofia yoga que trata do corpo, sob o seu aspecto físico – da sua cura, bem-estar, saúde, força e de tudo o que respeita a manter o seu estado de saúde, normal e natural” (Ramaciaraca, 1924, p.5). Yoghi Ramaciaraca foi um dos pseudónimos de William Walker Atkinson, que viveu entre 1862 e 1932. Este foi advogado, autor e ocultista, e terá escrito mais de uma centena de livros como Yoghi Ramaciaraca ou Yogi Ramacharaca. Não nos interessa, para este trabalho, a vida e obra do autor estrangeiro. No entanto, importa salientar que, neste primeiro livro sobre haṭha yoga traduzido para a língua portuguesa, o autor adicionou ao conteúdo filosófico do haṭha yoga algumas conceções teosóficas, terapêuticas e medicalizadas.

A primeira publicação ocidental dedicada integralmente ao rāja yoga é apenas traduzida e impressa no nosso país no ano de 1925. O famoso livro de Vivekananda, Rája Yoga ou Conquista da Natureza Interna: conferências, é traduzido por Lina Marville e publicado na cidade de Lisboa pela A.M. Teixeira e Filhos. Trata-se do primeiro livro com comentários aos aforismos do yoga ou yogasūtra, escritos por um mestre indiano em inglês. A partir deste livro e das palestras de Swami Vivekananda nos Estados Unidos, o yoga e a cultura da Índia foram expostos de forma sistematizada ao Ocidente, estabelecendo as fundações do yoga moderno.

O interesse pelas culturas orientais está hoje em crescente expansão. Entretanto, a cissiparidade ocorrida no universo religioso ocidental, consequência da própria modernidade e dos processos de secularização, resgatou o interesse pela procura do outro, talvez agora numa perspetiva não eurocêntrica.

Se é certo que o ‘bricolage do religioso’[12] engloba a problemática da morte, a purificação do corpo para aquilo que as divindades esperam ou querem é um eixo importante no yoga. As tradições modernas do yoga postural desconsideram a espiritualidade em detrimento do desenvolvimento físico. Por outro lado, os praticantes contemporâneos procuram ainda uma cosmovisão estruturada onde ancorar as suas experiências corporais (Sarbacker, 2014, pp.75-95).

Embora para Vivekananda e o seu neo-vedanta o corpo não ocupe um lugar de destaque na procura do divino, a verdade é que a exposição e interpretação dos versos do yoga de Patañjali, por muitos designados como yoga clássico, originou de imediato uma resposta ocidental dos seus discípulos e ouvintes. Acontece que os modelos apresentados no livro de Vivekananda, tais como prana, domínio do prana psíquico, só podem ser alcançados através de um princípio semelhante à máxima “mente sã em corpo são”.

Este livro, que constitui a fundação do yoga moderno, está dividido em duas partes. A primeira parte consiste em conversas de Vivekananda que tiveram lugar entre os anos de 1895 e 1896 nos Estados Unidos. Na segunda parte, o autor efetua uma tradução livre dos aforismos do yoga sūtra, acrescentando comentários, ou eventualmente baseando o texto em palestras ministradas pelo próprio Vivekananda (De Michelis, 2004).

Sabe-se que o poeta Fernando Pessoa traduziu várias obras da sociedade teosófica relacionadas com o orientalismo e com a Índia. Para além disso, estudou, em 1930, algumas das tradições espirituais indianas, nomeadamente o yoga. Segundo Pedro Mota,

 

“…no que diz respeito às religiões e práticas indianas e hindus, parece-nos haver na obra de Pessoa referências, ecos ou proximidades, tanto em prosa como em poemas, de aspetos dos diversos tipos e fases da Yoga (‘União’), nomeadamente a respiração, a concentração e a meditação. Embora as referências mais filosóficas e ensaísticas às espiritualidades da Índia estejam relacionadas com o que Pessoa lera (em parte através da Teosofia como veremos mais adiante), é possível especular sobre alguma poesia de Pessoa enquanto forma de escrita que expressa estados da alma comparáveis com alguns atingíveis pelas experiências de meditação de Yoga”. (Mota, 2016).

 

Octavio de Marialva proferiu uma conferência na estação de rádio Eddystone C.T.3.A.Q, no ano de 1938, na cidade do Funchal. O tema abordado foi Yoga: Ciência da Unidade. O autor cita L. Jacolliot, G. Godard, Max Muller, Swami Vivekananda, M.Huc, Guymiot e Ossendowsky. Num discurso fortemente polarizado pelo ocultismo e pela ciência hermética ocidental, enumera alguns exercícios de respiração ritmada e meditação yoguica. Faz também referência a uma fraternidade de super-homens e a um poder mágico transmitido sigilosamente em tradições antigas do Tibete e da Índia, do mestre para o discípulo. São mencionados slocas ou versículos em sânscrito, nomeadamente os upaniṣad, que são correlacionados com os mistérios da mente. Faquirismo, treino doloroso e exercício prático de magia, são outros temas abordados. Segundo Marialva, existem cinco princípios fundamentais observados pelos yoguis e que estão relacionados com vibrações materiais e o espírito. Enquadra-se o yogasūtra numa metafisica védica, sendo que, para o autor, os conceitos basilares de Patañjali yoga são:

 

“1º Os fenómenos considerados sobrenaturais não são nada do que o vulto crê, mas apenas efeitos de uma lei eterna, imutável e continuamente activa.

2º O homem é trino. O seu elemento objetivo é o corpo físico; o seu elemento invisível é a alma; o seu elemento superior é o espirito imortal, que ilumina e atrai os dois elementos subordinados.

3º A magia é a ciência de actuar mentalmente no corpo físico em conformidade com os princípios reguladores da actividade do espirito sobre si mesmo e sobre a matéria.

4º O adepto pode saber tudo quanto até agora tem acontecido no mundo, porque tudo o que sucede fica registado nos anais da luz etérica (akasa).

5º Por meio das práticas esotéricas é possível separar a alma do corpo físico.

6º A pedra angular da sabedoria secreta é o conhecimento positivo do magnetismo e da eletricidade com todas as suas propriedades, correlações e efeitos no reino animal e no humano “. (Marialva, 1938).

 

Para que o principiante possa conquistar a “força mística”, é necessário que pratique as oito disciplinas do yoga de Patañjali. As posturas do yoga, ou āsana, são para Marialva as “24 posições faquíricas”, enquanto que entende Niama como “a repressão individual pela uniformidade de carácter”. Para Marialva, já na alvorada do “combate titânico, torturante ao rubro, que quase toca as raias do louco-lúcido”, o yogui consegue alcançar alguns poderes paranormais ou psíquicos – os siddhi –, e a libertação do sofrimento, tornando-se um liberto vivo ou jivanmukti[13]. As conferências de Marialva incluem temas dispersos, tais como nudismo, divinização, a serpente mosaica, raças antigas, a origem do sânscrito, o yoga, e a radiografia de Jesus, entre outros assuntos.

As publicações portuguesas mais antigas incidem essencialmente em aspetos de rāja yoga e de haṭha yoga, com algumas incursões no yoga do conhecimento, ou jñāna yoga. O caminho indiano da bhakti yoga, ou yoga devocional, revela-se inequivocamente em anos mais recentes, numa publicação da Associação de Raja Yoga.

O número 1 da revista Tempo Novo, da Associação de Raja Yoga, foi publicado em junho de 1975 e vendido pelo preço de 15 escudos. O objetivo da revista era divulgar os ensinamentos de raja yoga do guru Maharaj Ji. A publicação inicia-se com um breve resumo que relata alguns aspectos da turbulenta vida familiar do guru. Incluem-se histórias de expulsões de casa, “tempos de grande tensão para antigos devotos”, para depois se incitar à dedicação ao conhecimento, à meditação e ao serviço ao mestre. Repetem-se várias vezes as etapas do caminho espiritual, que, segundo a revista, consistem na “experiência pura do amor, um caminho da devoção e do abandono” (ARY Associação Raja Yoga, 1975).

A problemática do conhecimento e da realização pessoal são elementos sempre presentes no texto da revista. Contudo, segundo a publicação, “não se pode entrar em explicações, porque não há nenhuma explicação. É uma experiência prática”. Ao longo do texto, os “premies ” – amantes ou devotos – são alertados para o facto de que o conhecimento já está presente dentro de cada um: basta vivenciá-lo, sendo que o ponto de origem é igual ao do fim. O caminho amoroso do retorno ao self e a união com o todo, através da devoção ao guru, são ideias características da bhakti yoga indiana. São listados alguns eventos da associação: a visita do mahatma Krishnasukanand, em junho de 1975, para palestras no teatro da Faculdade de Letras de Coimbra, no Ateneu Comercial do Porto, e no Boa Esperança Atlético Clube Portimonense. Segundo a revista, o evento do guru puja, ou veneração ao mestre, teve lugar na Venezuela e na Alemanha.

A realização e a obtenção da verdade espiritual estão ligadas à relação entre guru e discípulo porque, segundo a revista Tempo Novo,

 

“As condições necessárias para o aspirante são a pureza, uma verdadeira sede de conhecimento, e perseverança. … A segunda condição para que se adquira a verdade espiritual e para a transmitir aos outros, é a pureza do coração e da alma. … A terceira condição relaciona-se com a motivação. O seu trabalho deve ser simplesmente motivado por puro amor pela humanidade”(ARY Associação Raja Yoga, 1975, p.18).

 

Raja yoga secreto e Yoga secreto: chelá yoga são obras da autoria de Molinero, também conhecido por Yogakrisnanda, e foram publicadas em português, respetivamente nos anos de 1969 e 1982, em Lisboa e no Porto pelo Centro do Livro Brasileiro.

Com 15 capítulos, o segundo livro aborda os temas dos corpos etéricos do Homem, a kuṇḍalinī, a divindade e a magia, a oração e o amor, e hierarquias espirituais. Não são descritas quaisquer posturas de yoga ou āsana (Molinero, 1982, pp.1-10). Refira-se o importante pormenor de que o exemplar consultado na biblioteca de Sintra continha, nas primeiras páginas, um carimbo da Comunidade Teúrgica Portuguesa.

Não nos foi possível apurar, até à conclusão do presente trabalho, quais as atividades da Comunidade Teúrgica Portuguesa ligadas ao yoga e à meditação. Embora esta comunidade não promova diretamente práticas relacionadas com o yoga, julgamos pertinentes pesquisas junto desta instituição, a realizar em trabalhos futuros.

Molinero escreveu ainda outros livros sobre as mais diversas temáticas, tais como: O segredo da múmia, Quando as pedras voavam, Os sete véus de Isis, Alquimia secreta do homem, Antes dos tempos de Adão, Pelos caminhos dos mistérios, entre outros.

Posturas de yoga ilustradas em desenhos surgem no livro Yoga: diário para a saúde, de Howard Kent, publicado em Lisboa por Editores Associados, no ano de 1973. A contracapa do livro contém a afirmação de que o livro ” constituirá, com certeza, um manual cuja companhia não dispensará, ensina-o a vencer o assalto do stress, recorrendo ao fabuloso ensinamento dos orientais.” (Kent, 1973).

[1] Jogues (jugui do persa).
[2] Vide Rego, A. da S. (1952). Documentação para a História das Missões do Padroado Português do Oriente, Volume 4. Lisboa: Agência Geral do Ultramar. (Rego, 1952, pp.318-319). A trindade é Brahma, Viṣṇu e Maesh ou Śiva
[3] Op. cit., p.354.
[4] Op. cit., p.370.
[5] Op. cit., p.407.
[6] Op. cit., volume 5, p.79.
[7] Op. cit., volume 5, p.206.
[8] Vide Rego, A. da S. (1952). Documentação para a História das Missões do Padroado Português do Oriente, Volume 5. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, p.295.
[9] Vide idem, ibidem, volume 6, pp.400;473.
[10] Vide idem, ibidem, volume 7, pp.58;397.
[11] Vide idem, ibidem, p.402.
[12] Termo criado por Danièle Hervieu-Léger.
[13] Vide Marialva, O. (1938). Yoga: A Ciência da Unidade. Em BNP, cota S.A.5160//6 A. Funchal: Tipografia Económica, pp.3-7.

Durante o regime fascista 

            A verdade é que, entre 1933 e 1974, foram publicados poucos livros relacionados com yoga. Salientamos, no entanto, a criação do jornal Índia Nova e o enorme trabalho desenvolvido por Adeodato Barreto[1], até 1937, na divulgação das culturas da Índia.

Podemos facilmente imaginar a repressão que a polícia política terá exercido sobre outras confissões religiosas ou formas de espiritualidade que não fossem a religião oficial do Estado. Talvez o medo de ser e pensar de maneira diferente tenha contribuído para um congelamento da propagação do yoga em Portugal. Os registos consultados indicam que as primeiras aulas públicas de yoga ocorreram em Lisboa, durante o ano de 1973. Acrescente-se que o incidente ocorrido entre a república indiana e a república portuguesa, relativo à tomada de Goa, bloqueou temporariamente as trocas culturais entre os dois países. O yoga e outras formas de espiritualidade indiana foram provavelmente proibidas ou praticadas de forma secreta[2].

Durante o período do liberalismo, a religião católica manteve-se como religião oficial do Estado. Por outro lado, o regime do Estado Novo “permitiu que o Catolicismo ocupasse a esfera pública e criou condições para que, na longa duração, a Igreja Católica se constituísse como uma instituição dotada de autonomia.” (P. Santos, 2016, p.37).

Em 1964 foi publicado, pela Sociedade Tipográfica em Lisboa, em francês, o livro de Mahesh Le yoga, autres systemes de l’orient et l’éducation physique. O Guia do yoga de Julien Tondriau e J. Devondel foi traduzido por Cândido Gentil e publicado em Lisboa pela Morais Editores em 1972. O título original é Le guide marabout du Yoga. No ano seguinte, é publicado O ioga no amor conjugal, de Suzanne Piuze e Lionel Gendron, pela Europa-América. O título original da obra é Yoga sexe. Finalmente, em 1974, a Iniciação ao Hatha-Yoga, de Georges Stobbaerts, é publicado em Lisboa, pelo Centro do Livro Brasileiro. Stobbaerts, recentemente falecido, fundou uma associação e um centro de artes marciais no concelho de Sintra.

[1] Tenha-se em conta a dissertação de mestrado de Patrícia Marmelada sobre Adeodato Barreto (Marmelada, 2015).
[2] Desconhecemos, até à data, registos escritos sobre práticas públicas de yoga anteriores a 1973. Salvaguardamos a possibilidade de práticas de yoga nas comunidades portuguesas de Moçambique. Existiu uma grande comunidade indiana em Moçambique, com indivíduos provenientes de Goa e de outros territórios onde a língua portuguesa era falada. Muitos desses indivíduos adquiriram a cidadania portuguesa e mais tarde emigraram ou retornaram a Portugal.

Entre 1976 e 2017

Existe cerca de uma centena de publicações, escritas entre a queda do regime fascista e o final do ano de 2017, em cujo título se inclui a palavra yoga. Não contabilizamos blogs e websites, nem revistas digitais ou aplicações informáticas sobre yoga.

A autonomização da literatura em torno da temática da meditação tem-se tornado cada vez mais evidente. Os vários tipos de meditação incluem as abordagens budista vipassana, transcendental, dos chakras, e outras devocionais ou mais genéricas, que na maioria das vezes entrelaçam tópicos do yoga indiano com ideias pertencentes à moderna new age ocidental.  Encontram-se disponíveis várias obras sobre a temática da mindfulness ou atenção plena. Trata-se de um conceito recente[1], derivado do haṭha yoga e do budismo zen, secularizado e vocacionado para o contexto terapêutico.

Proliferam, nas prateleiras das livrarias populares e nos supermercados das grandes superfícies comerciais, livros em que o yoga postural é destacado e onde são retratados detalhes de corpos jovens, flexíveis e atraentes. Na maioria das obras publicadas, ao contrário das primeiras que surgiram no início do século XX, as imagens têm maior destaque do que o texto. Realça-se, assim, o carácter estético, por vezes quase acrobático, do corpo e promove-se a filosofia do faça você mesmo, com variadíssimas opções à la carte, demonstrativas da recomposição do yoga no contexto multicultural dos dias que correm. Fotografias de posturas de yoga, apelativas, de grande formato e alta resolução, atraem um público não especializado, mas preocupado com a saúde e o bem-estar. As posturas retratadas nessas fotografias são geralmente efetuadas na praia, no meio da natureza, em casa ou em outros cenários idílicos.

Nestas publicações, é dado ênfase à nova soteriologia, por via da narrativa terapêutica e com a listagem dos consequentes benefícios para a saúde física e mental e para o desenvolvimento pessoal. O yoga torna-se medicalizado e sujeito às economias capitalistas.

Na atualidade, escasseiam as publicações de aprofundamento histórico, filosófico-espiritual ou religioso do yoga. Por outro lado, livros que aplicam o yoga ao desenvolvimento pessoal ou ao melhoramento da vida sexual e das relações humanas são recorrentes.

É inequívoca a tendência terapêutica na tradição clássica do yoga, operada por via da redução dos kleśa e pela consequente libertação do sofrimento do adepto. Terapia e espiritualidade são conceitos paradigmáticos no yoga clássico. Em contrapartida, a recomposição entretanto operada na modernidade, através das experiências corpóreas do haṭhayoga e das correntes do tantrismo, favorece a fisicalidade como fonte primária da espiritualidade contemporânea. Salienta-se que, segundo Fields, na Índia “…a relação que se obtém entre religião e medicina é muito diferente da tradição dominante do mundo anglo-europeu, onde a ciência e a religião são tratadas mais dicotomicamente” (Fields, 2001, p.4).

Incluímos no anexo 2 os títulos das publicações sobre yoga impressas em língua portuguesa e disponíveis no nosso país. Paralelamente, surgiram alguns livros da autoria do brasileiro Derose que foram importados para o mercado nacional.

O yoga na Academia

A produção nacional de obras científicas sobre yoga está ainda no seu início, mas já num bom caminho. Se no Brasil, por exemplo, foram publicadas onze teses de doutoramento sobre este tema, em Portugal são escassas as dissertações que o abordam. No entanto, ao longo da última década foram realizados vários mestrados que englobam diversos aspetos do yoga. Da dança ao desporto, da psicologia à educação, os temas das dissertações são variados. Segue-se uma brevíssima análise destas dissertações de mestrado, publicadas no repositório científico nacional RCAAP. Alertamos para o facto de que nem todas as dissertações estão em formato digital ou foram publicadas no repositório oficial. Não nos é possível consultar todas as bibliotecas das universidades do país. Os dados por nós recolhidos são posteriores ao ano de 2008 e, portanto, admite-se a hipótese de existirem outros trabalhos académicos anteriores que aflorem este assunto.

No ano de 2009, Mariza Alexandra Abreu Ferreira defendeu uma tese intitulada Os contributos do Yoga para o potencial empreendedor dos estudantes universitários, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Já na área da psicologia e no mesmo ano, Vânia Clara Morais França defendeu o tema Benefícios psicológicos da prática de yôga : Bem-estar espiritual e flow disposicional no ISPA – Instituto Universitário.

A educação das crianças com recurso a práticas de yoga é uma área em franco crescimento. Em 2011, Florbela dos Santos Martins explorou o tema Yoga com crianças: um caminho pedagógico-didático na sua dissertação de mestrado em estudos da criança pela Universidade do Minho.

O yoga contribui para o relaxamento profundo e o desenvolvimento pessoal. O estudo efetuado em 2012, Uma possível relação entre práticas de relaxamento, qualidade de vida e saúde mental, de Ana Cristina dos Ramos Moreira, foi defendido na Universidade Lusófona. O estudo abordou a possível relação entre diversas práticas de relaxamento, em particular o yoga e o shiatsu, com a qualidade de vida e a saúde mental dos participantes.

Se o yoga pode potenciar e amplificar as capacidades das crianças, não é menos importante o efeito da prática nas populações mais idosas. Foi este o assunto explorado por João Manuel Raposo Teixeira, na Universidade de Évora e no ano de 2013, com a dissertação Prática de exercício e capacidade funcional de pessoas idosas: comparação entre praticantes de hidroginástica e de yoga.

O yoga, além de proporcionar sentimentos positivos de satisfação com a vida, alavanca estados alternativos da consciência e engendra a rutura com a cosmovisão mais comum da realidade. O trabalho de Joana Inês Ferreira Teotónio, defendido no ano de 2014 na Universidade de Lisboa e intitulado A influência da prática de yoga no bem-estar afetivo e na satisfação com a vida evidencia a dimensão psicológica deste tema.

A abordagem do yoga do ponto de vista da psicologia engloba também as componentes comportamental, social, e do bem-estar mental dos adeptos. Foi nesse sentido que Isabel Maria da Quinta Castro Faria defendeu, na Faculdade de Psicologia da Universidade Católica e em 2014, o seu trabalho intitulado Saúde mental, bem-estar subjetivo, satisfação com o suporte social e comportamentos de saúde em praticantes de Yoga. Analisando um universo de 107 participantes com idades entre os 18 e os 75 anos, o estudo equaciona a possibilidade de o yoga ser uma eficaz forma de terapia na gestão da saúde mental.

Práticas de yoga auxiliam os desportistas. Mais concretamente, indiciam melhorar a performance nos praticantes de natação ou servir como plataforma de expressão e criatividade nos praticantes de dança. Estas são possibilidades defendidas por Catarina Coelho Beato do Nascimento, que apresentou, no ano de 2015, o seu relatório do estágio curricular do mestrado em treino desportivo, intitulado Análise da época desportiva 2014-2015 da equipa de natação de competição do Sport Lisboa e Benfica.

No mesmo ano, Inês Morgado Kruss Afflalo apresentou o relatório final de estágio na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, com vista à obtenção do grau de mestre em ensino de dança. O seu trabalho, Safe dance practice: uma abordagem estratégica sobre as condições psicomotoras e emocionais nas aulas de técnica de dança contemporânea, relaciona o ambiente de aprendizagem da dança, em particular por parte de crianças e jovens, e contempla coreografias baseadas em posturas de yoga.

Recuperação psicológica e física em nadadores através do yoga foi o tema defendido por António Carlos Alves Pereira na sua dissertação de mestrado, na Universidade Lusófona, no ano de 2016.

No ano de 2017, num mestrado em dança, Raquel Gonçalves Alberto de Oliveira defendeu o tema Processo coreográfico e performativo da bailarina-coreógrafa na obra coreo (autoetno) gráfica solista ‘Inspiração’: um estudo prático. O processo de criação coreográfica descrito engloba abordagens à linguagem corporal do yoga.

O yoga, nas suas dimensões física e mental, não só permite o melhoramento da performance dos desportistas e inspira construções coreográficas de bailarinas, como também facilita a aprendizagem musical. Esta foi a ideia defendida por Daniela Filipa Gonçalves da Silva no seu relatório de estágio, realizado no âmbito do mestrado em ensino de música, no Politécnico do Porto no ano de 2017, cujo título é A influência da prática de yoga no ensino e aprendizagem do instrumento musical.

Já o surf e o yoga poderão ser atividades físicas complementares em programas turísticos nacionais. O tema proposto e defendido por Ana Catarina Gomes Moura, na sua dissertação de mestrado na Universidade de Aveiro em 2017, intitula-se Valor económico do turismo de surf na Ericeira, onde se incluem referências ao yoga.

O tema do relaxamento e do bem-estar das crianças é retomado em 2017. No âmbito do seu mestrado em educação pré-escolar e ensino do 1.º ciclo do ensino básico, no Instituto Politécnico de Viseu, Tânia Solange Ferreira Araújo defendeu publicamente o tema Intervenção e investigação em educação pré-escolar e 1º CEB: práticas de relaxamento e bem-estar emocional. A segunda parte do trabalho explora a utilização de técnicas de relaxamento, tais como massagens e práticas de yoga. No início do ano de 2018, Carmen Gabriela Mitroi defende, na Universidade da Madeira, um estudo na perspetiva da psicologia, intitulado Análise do impacto da prática yoga na autoestima, autoconceito, bem-estar psicológico e satisfação com a vida nos adolescentes em ambiente escolar e pretende verificar o impacto do yoga no bem-estar de estudantes do ensino secundário. O estudo incluiu práticas de yoga integral ao longo de sete semanas.

[1] Jon Kabatt-Zin, o principal protagonista do movimento mindfulness, é um praticante de budismo zen e de haṭha yoga. Professor de medicina, fundou na década de 1970 a clínica de redução do stress, na escola de medicina da universidade de Massachusetts.

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